Fundamentos da Educação Cristã

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Lições da vida de Salomão

“Separai-vos”

Colocado à testa de uma nação que havia sido posta como luz para as nações circunvizinhas, Salomão poderia haver trazido grande glória para o Senhor do Universo por meio de uma vida de obediência Poderia haver incentivado o povo de Deus a evitar os males que eram praticados nas nações circunvizinhas. Poderia ter usado a sabedoria que Deus lhe dera e o poder de influência na organização e direção de um grande movimento missionário para iluminação dos que não conheciam a Deus e Sua verdade. Deste modo multidões teriam sido ganhas para a lealdade ao Rei dos reis. FEC 498.1

Satanás bem sabia os resultados que se seguiriam à obediência; e durante os primeiros anos do reinado de Salomão — anos gloriosos por causa da sabedoria, beneficência e retidão do rei — ele procurou introduzir influências que haviam de minar insidiosamente a lealdade de Salomão aos princípios e fazê-lo separar-se de Deus. E que o inimigo foi bem-sucedido nesse esforço, sabemos pelo relato: “Salomão aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por mulher a filha de Faraó, e a trouxe à cidade de Davi.” FEC 498.2

Formando aliança com uma nação pagã, e selando o pacto pelo casamento com uma princesa idólatra, rejeitou Salomão temerariamente as sábias providências que Deus fizera para manter a pureza de Seu povo. A esperança de que essa esposa egípcia se convertesse não foi senão uma fraca desculpa ao pecado. Em violação de um positivo mandamento de permanecer separado de outras nações, o rei uniu sua força com o braço da carne. FEC 498.3

Por algum tempo, em Sua compassiva misericórdia, Deus dominou esse terrível erro. A mulher de Salomão se converteu; e o rei, por uma sábia direção, poderia ter feito muito para combater as forças do mal que sua imprudência pusera em operação. Salomão começou, porém, a perder de vista a Fonte de seu poder e glória. A inclinação tomou ascendência sobre a razão. À medida que crescia sua confiança em si mesmo, ele procurou cumprir os desígnios do Senhor ao seu próprio modo. Raciocinava que alianças políticas e comerciais com as nações circunvizinhas levariam essas nações ao conhecimento do verdadeiro Deus; e entrou assim em aliança profana com nação após nação. Freqüentemente essas alianças eram seladas pelo casamento com princesas pagãs. Os mandamentos de Jeová foram postos de lado em favor dos costumes dos povos ao redor. FEC 498.4

Durante os anos da apostasia de Salomão, o declínio espiritual de Israel foi rápido. Como poderia ter sido diferente, se o seu rei se unira com instrumentalidades satânicas? Através dessas instrumentalidades o inimigo operou para confundir a mente do povo com respeito ao verdadeiro e ao falso culto. Eles se tornaram presa fácil. O intercâmbio matrimonial com os pagãos tornou-se uma prática comum. Os israelitas depressa perderam sua repulsa pela idolatria. Adotaram-se costumes pagãos. Mães idólatras levaram seus filhos a observar ritos pagãos. A fé dos hebreus tornava-se rapidamente uma mistura de idéias confusas. O comércio com outras nações colocou os israelitas em íntimo contato com os que não tinham amor a Deus, e seu próprio amor por Ele foi grandemente diminuído. Seu agudo senso do elevado e santo caráter de Deus foi amortecido. Recusando seguir na trilha da obediência, transferiram sua vassalagem para Satanás. O inimigo regozijou-se no seu êxito em obliterar a imagem divina da mente das pessoas que Deus escolhera como Seus representantes. Por meio do intercâmbio matrimonial com os idólatras e da constante associação com eles, Satanás ocasionou aquilo pelo que estivera labutando há muito tempo — a apostasia nacional. FEC 499.1