Fundamentos da Educação Cristã

84/114

Correta disciplina colegial

Tínhamos alguns alunos insubordinados na escola de _____, os quais estavam resolvidos a desrespeitar as instruções oriundas da Palavra de Deus e trair sagrados depósitos por seu modo de ação. O Senhor olhou do Céu para eles e contemplou suas práticas enganosas e a falsa contestação de suas ações. Labutou-se fielmente em seu favor; mas estavam muito perto da cidade, e surgiam constantemente novas tentações. Eles deixaram de ser fiéis e leais à santa lei de Deus. Transgrediram os Seus mandamentos. Ficaram embevecidos, e revelaram que, como estudantes, não possuíam integridade moral para ser sinceros. Parecia estar em atividade uma força satânica para desanimar os professores e desmoralizar a escola. Alguns que atuavam como professores não exerciam uma influência correta. Quando toda a influência deveria ter sido colocada do lado da disciplina e da ordem, tais professores, embora conhecessem todas as tribulações que os alunos desordeiros estavam trazendo para o diretor e seus colaboradores, que se achavam sobrecarregados e abatidos, e que buscavam fervorosamente ao Senhor, manifestavam simpatia pelos que serviam ao inimigo com o máximo ardor. Os alunos — os delinqüentes — sabiam isso. Alguns criaram coragem para enfrentar seu errôneo modo de ação até que lhes foi apresentado tão vigorosamente que reconheceram haver desobedecido aos regulamentos da escola e procurado então ocultar-se sob o disfarce da falsidade. FEC 454.1

O corpo docente efetuou deliberações sigilosas a fim de considerar o que se deveria fazer. Havia uma voz nessas deliberações que procurava frustrar os planos apresentados para manter a disciplina e a ordem. Por meio dessa voz condoída insinuaram-se aos estudantes palavras indiscretas com referência às questões debatidas no conselho deliberativo. Essas coisas foram percebidas pelos alunos. Eles julgaram que tal professora tinha toda a razão, e que era perspicaz. Teria simpatia pelos delinquentes. Assim as mãos dos que carregavam pesado fardo não foram fortalecidas, mas debilitadas. Os esforços feitos para reprimir o mal eram considerados severos e descaridosos. “Os jovens precisam ter seus períodos de alegria”, era reiterado junto com outros palavrórios insípidos. Uma palavra insinuada aqui e outra ali deixavam sua perniciosa impressão; e os delinqüentes sabiam que havia na escola os que não julgavam que sua conduta de engano e falsidade era um grande pecado. Apoiar, porém, continuamente a causa dos delinquentes, não dando importância ao seu afastamento da retidão e verdade, e de firme integridade, é um grave pecado contra Deus. FEC 454.2

Havia na escola os que eram sustentados no decorrer dos anos letivos porque não dispunham de recursos pessoais. Estes deveriam ter feito o máximo esforço para obter todas as vantagens possíveis, manifestando assim sua gratidão a Deus e pela bondade dos amigos que os ajudaram. FEC 455.1

Quando os rapazes e as moças realmente estão convertidos, será observada uma decidida mudança por todos quantos têm alguma ligação com eles. Sua frivolidade se afastará deles; o contínuo anseio por diversões e prazeres egoístas, o veemente desejo de alguma espécie de variação e de participar de festas e excursões, não mais serão vistos. FEC 455.2

Ouvi as palavras do grande Mestre: “Porque o pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao mundo.” Não é necessário ser atoleimado e indolente, e viver somente para excitação comum e terrena. A todo crente é concedido vida, bem como conforto e serenidade. Todos podem sentir alegria oriunda da satisfação de ter a Cristo como hóspede permanente na alma. FEC 455.3

Quando Jesus disse à multidão: “O pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao mundo”, alguns dentre a multidão replicaram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.” O Pão do Céu estava no meio deles, porém não O reconheceram como o Pão da Vida. Jesus disse então claramente: “Eu sou o Pão da Vida; o que vem a Mim, jamais terá fome; e o que crê em Mim, jamais terá sede.” FEC 455.4

O sexto capítulo de S. João contém as mais preciosas e importantes lições para todos os que estão sendo educados em nossas escolas. Se querem aquela educação que perdure através do tempo e da eternidade, introduzam em sua vida prática as maravilhosas verdades desse capítulo. Todo o capítulo é muito instrutivo, mas só é compreendido indistintamente. Insistimos em que os estudantes acatem essas palavras de Cristo, a fim de que compreendam seus privilégios. O Senhor Jesus nos ensina o que Ele é para nós, e que benefício nos advirá individualmente de comer Suas palavras, concebendo que Ele mesmo é o grande centro de nossa vida. “As palavras que Eu vos tenho dito”, disse Ele, “são espírito e são vida.” FEC 456.1

Tendo a Cristo no coração, nosso único objetivo será a glória de Deus. Devemos esforçar-nos por entender o que significa estar em completa união com Cristo, o qual é a propiciação pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro, nosso Substituto e Fiador perante o Senhor Deus do Céu. Nossa vida deve estar estreitamente ligada à vida de Cristo, devemos constantemente haurir dEle, participando de Sua Pessoa, o Pão vivo que desceu do Céu, sorvendo de uma fonte sempre refrigerante, sempre emitindo seus abundantes tesouros. Quando esta é em realidade a experiência do cristão, vê-se em sua vida um frescor, uma simplicidade, submissão, mansidão e humildade de coração que revelam a todos com os quais ele se comunica, que tem estado com Jesus e dEle aprendido. FEC 456.2

Esta experiência confere a todo professor as próprias habilitações que o tornam um representante de Cristo Jesus. Os métodos do ensino de Cristo, caso sejam seguidos, darão poder e eficácia a suas comunicações e orações. Seu testemunho em favor de Cristo não será acanhado, monótono e sem vida, mas assemelhar-se-á à aradura do terreno, avivando a consciência, abrindo o coração e preparando-o para a semeadura da verdade. FEC 456.3

Ninguém que lida com os jovens deve ser de coração duro, e, sim, afetuoso, terno, compassivo, cortês, cativante e sociável; deve saber, no entanto, que precisam ser feitas repreensões, sendo até mesmo necessário proferir graves censuras para eliminar algum mau procedimento. Incentivai os jovens a glorificar a Deus, expressando sua gratidão ao Senhor por todas as Suas misericórdias. Sejam freqüentemente proferidos seus agradecimentos no coração e com a voz, e manifeste-se abnegação e sacrifício pessoal. Se os que pretendem ser discípulos de Cristo comerem a Sua carne e beberem o Seu sangue, que é a Sua Palavra, terão a vida eterna. “E Eu o ressuscitarei no último dia”, diz Cristo. “Pois a Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue, permanece em Mim e Eu nele.” FEC 456.4

“Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e igualmente Eu vivo pelo Pai; também quem de Mim se alimenta, por Mim viverá.” Quantos experimentaram isto? Quantos compreendem o verdadeiro significado destas palavras? Procuraremos individualmente compreender a Palavra de Deus e praticá-la? Esta Palavra, se for aceita, é para toda alma verdadeiramente convertida o generoso dom da graça. Não pode ser adquirida por meio de dinheiro. Devemos inteirar-nos continuamente de que não merecemos a graça por nossos méritos, pois tudo o que temos é dom de Deus. Ele nos diz: “De graça recebestes, de graça dai.” FEC 457.1

A atmosfera da descrença é pesada e deprimente. O riso estouvado, gracejos e pilhérias fazem adoecer a alma que se está nutrindo de Cristo. Conversas baixas e insensatas são penosas para Ele. Com o coração humilde, lede atentamente 1 Pedro 1:13-18. Os que gostam de conversar devem certificar-se de que suas palavras são apropriadas e bem escolhidas. Sede cuidadosos quanto à maneira em que falais. Sede cuidadosos com a maneira pela qual representais a religião que aceitastes. Talvez não julgueis ser pecado bisbilhotar e tagarelar, mas isto ofende a vosso Salvador e entristece os anjos celestiais. FEC 457.2

Qual é o testemunho dado por Pedro? “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso.” Aqui é realçado outra vez distintamente o mesmo princípio. Ninguém precisa cometer um erro. Se como crianças recém-nascidas desejais o genuíno leite da Palavra, para que por ele vos seja dado crescimento, não tereis apetite para participar de um prato de maledicência, mas todo alimento desta natureza será imediatamente rejeitado, pois os que provaram que o Senhor é bondoso não podem participar do manjar da tolice, da insensatez e da calúnia. Eles dirão resolutamente: “Leve esse prato embora. Não quero comer semelhante alimento. Ele não é o pão do Céu. Isto é comer e beber o próprio espírito do diabo, pois a sua ocupação é ser um acusador dos irmãos.” FEC 457.3

Convém que toda alma investigue acuradamente qual o alimento mental que lhe é servido. Quando se aproximam de vós os que vivem para conversar e que se acham preparados e equipados para dizer: “Conte e nós o contaremos”, detende-vos a pensar se a conversação proporcionará auxílio e eficiência espirituais, para que em comunicação espiritual comais a carne e bebais o sangue do Filho de Deus. “Chegando-vos para Ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa.” Estas palavras dizem muito. Não devemos ser mexeriqueiros, bisbilhoteiros ou boateiros; não devemos dar falso testemunho. Somos proibidos por Deus de empenhar-nos em conversas frívolas e insensatas, em gracejos e pilhérias, ou proferir palavras ociosas. Temos de prestar contas a Deus do que dizemos. Seremos levados a juízo por nossas palavras precipitadas, que não fazem bem para quem fala ou para quem ouve. Falemos todos, portanto, palavras que sejam boas para edificação. Lembrai-vos de que sois valiosos para Deus. Não permitais que vossa experiência cristã se componha de conversas baixas e insensatas ou de princípios errôneos. FEC 458.1

“Para com Deus eleita e preciosa.” Considere isto todo aquele que professa o nome de Cristo: Tendes provado que o Senhor é bondoso? Tornou-se isto uma parte de vossa experiência real, simbolizada em S. João seis por comer a carne e beber o sangue do Filho de Deus? Como crianças recém-nascidas, estais aprendendo a desejar ardentemente o genuíno leite da Palavra, para que por ele vos seja dado crescimento? Fostes verdadeiramente convertidos nalgum tempo de vossa vida? Nascestes de novo? Se não, é alto tempo de obterdes a experiência que Cristo disse ser necessária a um dos principais líderes. “Importa-vos nascer de novo”, disse Ele. “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Isto é, não pode discernir as condições essenciais para ter uma parte nesse reino espiritual. “Não te admires de Eu te dizer: Importa-vos nascer de novo.” Se abrirdes a mente à exposição da Palavra de Deus, com a determinação de praticá-la, haverá luz, pois a Palavra dá entendimento aos simples. FEC 458.2

Esta é a verdadeira educação que todo estudante necessita. Quando ela é obtida, se eles se converterem, modificar-se-á a vida leviana que levavam anteriormente. O Universo celestial contemplará os caracteres transformados. Será abandonada a atitude frívola e comum, e seus pés serão postos sobre o primeiro degrau da escada que é Cristo Jesus. Subirão passo a passo, degrau após degrau, em direção ao Céu. Cristo será revelado em seu espírito, em suas palavras, em suas ações. FEC 459.1

“Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” Estudarão os professores e alunos esta representação para ver se pertencem à classe que, mediante a abundante graça provida, está obtendo uma experiência que se acha em harmonia com a real e genuína experiência que todo filho de Deus precisa ter se ingressar na posição mais elevada? FEC 459.2

Quando Nicodemos foi ter com Jesus, Cristo expôs-lhe as condições da vida divina, ensinando-lhe o próprio alfabeto da conversão. Nicodemos perguntou: “Como pode suceder isto?” “Tu és mestre em Israel, e não compreendes estas coisas?” respondeu-lhe Cristo. Esta pergunta podia ser feita a muitos que ocupam posições de responsabilidade como mestres, mas negligenciaram a obra essencial que deviam fazer antes de se acharem habilitados para serem professores. Se as palavras de Cristo fossem recebidas na alma, haveria muito maior inteligência, e muito mais profundo conhecimento espiritual do que constitui um discípulo e sincero seguidor de Cristo. Quando sobrevierem a toda alma provações e dificuldades, haverá apostasias. Homens traidores, obstinados, orgulhosos e presumidos desviar-se-ão da verdade, naufragando na fé. Por quê? — Porque não cavaram fundo para tornar firme o seu fundamento. Não estavam firmados na Rocha eterna. Quando lhes são apresentadas as palavras do Senhor, por intermédio dos Seus mensageiros escolhidos, eles murmuram e julgam que o caminho se tornou muito estreito. Assim como os que eram considerados discípulos de Cristo, mas se ofenderam com as Suas palavras e já não andavam com Ele, apartar-se-ão de Cristo. FEC 459.3

“Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer; e Eu o ressuscitarei no último dia.” Em que consiste o ato de trazer? — “Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a Mim.” Há homens que ouvem, mas não aprendem a lição como alunos diligentes. Têm aparência de piedade, mas não são crentes. Não conhecem a verdade pela prática. Não receberam a palavra implantada. “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” Ele não aceitou a impressão causada em sua mente ao comparar seu modo de ação com o grande espelho moral. Não viu seus defeitos de caráter. Não se reformou, e olvidando tudo a respeito da impressão causada, não seguiu o caminho de Deus, e, sim, o seu próprio caminho, permanecendo irregenerado. FEC 460.1

Ouvi qual é a única maneira correta de todo ser humano proceder se quiser desfrutar uma experiência segura e completa. “Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar [pois há uma obra a ser feita, que é negligenciada com risco da alma]. Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” Efetuai isto, como prova de religião pura e sem mácula, e a bênção de Deus seguir-se-á infalivelmente. FEC 461.1

“Por isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será de modo algum envergonhado [confundido].” Notai a figura apresentada no verso cinco: “Também vós mesmos, como pedras que vivem sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” Então essas pedras que vivem exercem tangível e prática influência na casa espiritual do Senhor. São sacerdócio santo, realizando um serviço puro e sagrado. Oferecem sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus. FEC 461.2

O Senhor não aceitará um serviço negligente, uma sucessão de cerimônias que na realidade estão destituídas de Cristo. Seus filhos devem ser pedras vivas no edifício de Deus. Se todos se entregassem incondicionalmente a Deus, se parassem de estudar e planejar para seu entretenimento, para excursões e associações amantes do prazer, e estudassem as palavras: “Não sois de vós mesmos; porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”, jamais teriam fome e sede de excitação ou variação. Se é para nosso verdadeiro interesse ser espirituais, e se a salvação de nosso povo depende de estarmos firmados na Rocha eterna, não seria melhor nos empenharmos em buscar aquilo que prenderá todo o edifício à principal pedra angular, para que não sejamos embaraçados e confundidos em nossa fé? FEC 461.3

“Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular, e pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos [designados].” Todos os homens, mulheres e jovens são designados para fazer determinada obra. Alguns, porém, tropeçam na Palavra da verdade. Ela não se harmoniza com as suas inclinações, e recusam ser, portanto, praticantes da Palavra. Não querem tomar o jugo de Cristo, de perfeita obediência à lei de Deus. Consideram esse jugo como um fardo, e Satanás lhes declara que, desvencilhando-se dele, tornar-se-ão como deuses. Ninguém dominará sobre eles ou lhes dará ordens; poderão fazer o que lhes apraz e ter toda a liberdade que desejarem. Em realidade, eles têm sido opressos e embaraçados em todo o sentido na sua vida religiosa, mas essa vida religiosa era uma farsa. Foram designados para ser colaboradores de Jesus Cristo, e ligar-se a Cristo era sua única oportunidade para perfeito descanso e liberdade. Se houvessem feito isso, jamais teriam sido confundidos. FEC 462.1

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes [vossa própria suficiência, e atrairdes a atenção para vós mesmos e procurardes vossa própria glória? — Não; não] as virtudes dAquele que vos chamou [para desagradável e penosa vida de servidão?] das trevas para a Sua maravilhosa luz.” FEC 462.2

Não pensareis na elevada posição a que fostes designados? Os que professam o nome de Cristo não se apartarão da iniqüidade? Iremos — vós e eu — agastar-nos sob o jugo de Cristo? Quando acalentais ansiedade e amor pelos divertimentos e para ter intensos e agitados períodos de exibição do próprio eu, satisfazendo e deleitando a vontade natural, em vez de fazer a vontade de Deus, pode haver descanso? É o templo de Deus edificado em vossa vida pela concepção leviana que tendes do cristianismo? “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.” Acaso a Palavra de Deus não deve ser nosso guia e nosso diretor? Deve alguém ser moroso em estudar essa Palavra? Deve alguém professar ser cristão, e, no entanto, por seu modo de ação, tornar-se uma exprobração à fé, simplesmente porque deseja viver para satisfazer suas próprias inclinações naturais? Seguirão eles, embora professem ter fé na verdade, um procedimento que abuse dessa fé e desonre a verdade de origem celestial? Quem tem apreciado as valiosas oportunidades que lhe são concedidas no tempo de graça para formar um caráter que Deus possa aprovar pelo fato de tomarem o jugo de obediência que Cristo tomou? Que diz Ele a esse respeito? “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” FEC 462.3

Muitos que professam crer em Cristo não tomam o Seu jugo. Julgam que o fazem; mas, se não fossem iludidos e enganados por Satanás, teriam pensamentos correspondentes a sua fé, e às grandes verdades em que professam crer. Perceberiam que as palavras de Cristo significam algo para eles. “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me.” Se seguis a Jesus, sois Seus discípulos; se seguis vossos próprios impulsos, vosso próprio coração não santificado, dizeis claramente: “Não quero o Teu caminho, ó Senhor, e, sim, o meu.” FEC 463.1

Devemos perceber a situação e decidir qual é o nosso propósito. Tenho profundo interesse nos rapazes e nas moças que se alistaram no exército do Senhor. Meu amor a Jesus Cristo imbui-me de amor pelas almas de todos pelos quais Cristo morreu. As palavras: “Sois cooperadores de Deus” significam muito. Ninguém pode estipular condições com Deus. Somos servos do Deus vivo, e todos quantos se educarem em nossa escola devem preparar-se para ser obreiros. Eles labutam para adquirir princípios corretos. Devem ligar-se a Cristo pela fé. Podem proporcionar assim grande satisfação ao Universo celestial. Se todo voluntário no exército do Senhor fizer o que pode, Deus fará o resto. Não devem considerar coisa alguma como sendo deles mesmos. Quando lutam pela vitória, devem lutar legitimamente. A Palavra deve ser seu professor. Não serão impelidos pela ambição profana, pois só Deus pode conceder-lhes verdadeira sabedoria e compreensão; mas Ele não trabalhará de parceria com Satanás. Se forem acalentadas a inveja e a ambição profana, se eles pelejarem pela vitória para obter glória humana, a mente se encherá de confusão. Fazei o melhor que puderdes. Avançai o mais depressa possível para alcançar um elevado padrão nas coisas espirituais. Submergi o próprio eu em Jesus Cristo e sempre almejai glorificar-Lhe o nome. Tende em mente que talento, cultura, posição, riqueza e influência são dons de Deus, devendo, portanto, ser consagrados a Ele. Procurai obter uma educação que vos habilite a ser sábios despenseiros da multiforme graça de Cristo Jesus, e Seus servos para cumprir-Lhe as ordens. FEC 463.2

Procurem todos os estudantes ter a mais ampla visão possível de suas obrigações para com Deus. Não devem aguardar um tempo após a conclusão do ano letivo em que pretendem efetuar grande e notável trabalho. Mas devem estudar diligentemente como podem começar a atividade prática em sua vida estudantil unindo-se a Cristo. Esteja todo impulso do lado do Senhor. Não puxeis para baixo, desanimando os que são vossos professores. Não oprimais a sua alma, manifestando um espírito de leviandade e indiferente desconsideração aos regulamentos. FEC 464.1

Estudantes, podeis tornar esta escola de superior qualidade quanto ao êxito, colaborando com os vossos professores a fim de ajudar outros estudantes, e elevando-vos ardorosamente acima de um nível ordinário, baixo e comum. Veja cada um, qual o progresso que pode fazer harmonizando sua conduta com os preceitos bíblicos. Os que procurarem ser, eles mesmos, elevados e enobrecidos, estão cooperando com Jesus Cristo tornando-se refinados na linguagem e no temperamento, sob a direção do Espírito Santo. Estão ligados a Jesus Cristo. Eles não pularão para cá e lá, tornando-se turbulentos e cuidando unicamente de si, considerando seus próprios prazeres e satisfações egoístas. Aplicam todos os seus esforços com Jesus Cristo como mensageiros de Sua misericórdia e amor, ministrando Sua graça a outros. Seu coração palpita em uníssono com o coração de Cristo. São um com Cristo em espírito, um com Cristo em ação. Procuram abastecer a mente com os preciosos tesouros da Palavra de Deus, para que cada um possa realizar a obra que lhe foi designada por Deus, procurando captar os brilhantes raios do Sol da Justiça, para que incidam sobre os outros. FEC 464.2

Se vigiardes e orardes, e se fizerdes intensos esforços na direção certa, sereis completamente imbuídos do espírito de Jesus Cristo. “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências.” Decidi tornar esta escola um sucesso, e se atentardes para a instrução dada na Palavra de Deus, podereis partir com um desenvolvimento de poder intelectual e moral que fará até os anjos regozijarem-se, e Deus exultará a vosso respeito com cânticos. Caso estejais sob a disciplina de Deus, assegurareis a harmonia e a cooperação das energias físicas, mentais e morais, e o mais completo desenvolvimento das faculdades que vos foram dadas por Deus. Não permitais que a instabilidade e a concupiscência da juventude, por meio de múltiplas tentações, tornem vossas oportunidades e privilégios um fracasso. Dia a dia revesti-vos de Cristo, e no curto período de vossas provações e dificuldades aqui na Terra, mantende a dignidade na força de Deus, como colaboradores das mais elevadas instrumentalidades, durante vossa vida escolar. FEC 465.1

Todos devem dizer: Não irei fracassar. Por minha influência, não entregarei a mim mesmo ou a meus companheiros nas mãos do inimigo. Atenderei às palavras do Senhor. “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Lembrai-vos sempre de que tendes Alguém ao vosso lado que vos diz: “Não temais.” “Eu venci o mundo.” Tende em mente que Cristo veio como o Príncipe do Céu e tem Se empenhado numa eterna peleja contra os princípios do pecado. Todos quantos se unirem com Cristo serão cooperadores de Deus nessa peleja. FEC 465.2

“A favor deles Eu Me santifico a Mim mesmo”, disse Cristo, “para que eles também sejam santificados na verdade.” O Senhor Jesus é o caminho, a verdade e a vida; e os que se unem com Ele, revestindo-se dEle, trabalharão como Seus colaboradores, conformando-se com os princípios da verdade. Contemplando, tornam-se imbuídos da verdade, e se unem com Cristo para transformar o templo vivo entregue aos ídolos, a fim de que os seres humanos possam tornar-se purificados, refinados, santificados — templos para habitação do Espírito Santo. FEC 466.1

“Eu lhes fiz conhecer o Teu nome”, disse Cristo, “e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu neles esteja.” O Senhor tomou providências para que Seu amor nos seja dado do mesmo modo que Sua generosa e abundante graça, como nossa herança nesta vida, para habilitar-nos a difundi-lo estando ligados a Cristo. Jesus comunica a circulante vitalidade de puro e santificado amor semelhante ao Seu a todas as partes de nossa natureza humana. Quando este amor é manifestado no caráter, revela a todos com quem nos relacionamos que é possível Deus ser formado em nós, a esperança da glória. Demonstra que Deus amou os obedientes como ama a Jesus Cristo; e nada menos do que isto satisfaz Suas aspirações a nosso respeito. Logo que o instrumento humano se une com Cristo em coração, alma e espírito, o Pai ama essa alma como parte de Cristo, como membro do corpo de Cristo, sendo Ele mesmo a gloriosa Cabeça. — MSS, 21 de Junho de 1897. FEC 466.2