Fundamentos da Educação Cristã

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O fundamento da verdadeira educação

A verdadeira educação é uma ciência grandiosa, porque se baseia no temor do Senhor, que é o princípio da sabedoria. Cristo é o maior Mestre que este mundo já conheceu, e não é do agrado do Senhor Jesus que os súditos de Seu reino, pelos quais Ele morreu, sejam educados de tal maneira que coloquem a sabedoria dos homens no primeiro plano e releguem a sabedoria de Deus, conforme é revelada em Sua santa Palavra, ao derradeiro lugar. A verdadeira educação preparará as crianças e os jovens para a vida presente, e, com referência à vida futura, para uma herança na pátria melhor, isto é, a celestial. Eles devem ser preparados para a pátria à qual olharam os patriarcas e profetas. “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas agora aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não Se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.” FEC 328.1

O método geral de educar a juventude não alcança a norma da verdadeira educação. Sentimentos ateus estão entretecidos nas matérias expostas nos livros escolares, e os oráculos de Deus são colocados em uma luz duvidosa ou até mesmo censurável. Assim a mente dos jovens se familiariza com as sugestões de Satanás; e as dúvidas uma vez acariciadas tornam-se fatos positivos para os que as mantêm, e a pesquisa científica se torna enganosa por causa da forma em que suas descobertas são interpretadas e pervertidas. Os homens assumem o encargo de colocar a Palavra de Deus ante um tribunal finito, e pronuncia-se a sentença sobre a inspiração de Deus de acordo com a avaliação finita, fazendo-se com que a verdade divina se afigure como coisa duvidosa diante dos anais da ciência. Esses falsos educadores exaltam a Natureza acima do Deus da Natureza e acima do Autor de toda ciência verdadeira. Precisamente quando os professores deveriam ter sido firmes e resolutos em seu testemunho; precisamente quando deveria haver-se tornado manifesto que sua alma estava firmada na Rocha Eterna; quando deveriam ter sido capazes de inspirar fé nos que duvidavam, admitiram sua própria incerteza a respeito do que era verdade: se a Palavra de Deus ou as descobertas da falsamente chamada ciência. Os que realmente eram conscienciosos foram levados a titubear em sua fé devido à hesitação dos que professavam ser expoentes da Bíblia quando lidavam com os oráculos vivos. Satanás tem-se aproveitado da incerteza mental e, mediante instrumentalidades invisíveis, tem amontoado seus sofismas, fazendo com que os homens fiquem envoltos na névoa do cepticismo. FEC 328.2

Homens instruídos têm feito preleções em que a verdade é mesclada com o erro; e desequilibraram a mente dos que se inclinavam para o erro em vez de para a verdade. Os sofismas sutilmente tramados pelos assim chamados sábios possuem certo encanto para determinada classe de estudantes; mas a impressão que essas preleções deixam na mente é a de que o Deus da Natureza é restringido por Suas próprias leis. Tem-se discorrido longamente sobre a imutabilidade da Natureza, e teorias cépticas têm sido adotadas de bom grado por aqueles cuja mente escolheu a atmosfera da dúvida, porque não estavam em harmonia com a santa lei de Deus, fundamento de Seu governo no Céu e na Terra. Sua natural propensão para o mal facilitou-lhes a escolha de falsos caminhos e fez com que duvidassem da veracidade dos relatos e da história tanto do Antigo como do Novo Testamento. Envenenados pelo erro, aproveitaram toda oportunidade para lançar as sementes da dúvida em outros espíritos. A Natureza é exaltada acima do Deus da Natureza, e é destruída a simplicidade da fé, pois dá-se a impressão de que o fundamento da fé é inseguro. Envolta na névoa do cepticismo, a mente dos que duvidam é arremessada contra os recifes da incredulidade. — The Youth's Instructor, 31 de Janeiro de 1895. FEC 329.1