Evangelismo

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A esposa do evangelista

Responsável por seus talentos — Repousa sobre a esposa do ministro uma responsabilidade a que ela não deve, nem pode levianamente eximir-se. Deus há de requerer dela com juros, o talento que lhe foi emprestado. Cumpre-lhe trabalhar fiel e zelosamente, em conjunto com o marido, para salvar almas. Nunca deve insistir com seus próprios desejos, nem manifestar falta de interesse no trabalho do esposo, nem entregar-se a sentimentos de saudade e descontentamento. Todos esses sentimentos naturais devem ser vencidos. É preciso que tenha na vida um desígnio, o qual deve ser levado a efeito sem vacilação. Que fazer se isto se acha em conflito com os sentimentos, prazeres e gostos naturais? Estes devem ser pronta e animosamente sacrificados, a fim de fazer bem e salvar almas. Ev 674.2

A esposa do ministro deve viver uma vida devota e de oração. Mas algumas gostariam de uma religião em que não há cruzes, e que não exige abnegação e esforço de sua parte. Em lugar de se manterem nobremente por si mesmas, repousando em Deus quanto a forças, e fazendo face a suas responsabilidades individuais, elas levam a maior parte do tempo dependendo de outros, deles derivando sua vida espiritual. Se tão-somente se apoiassem confiantemente, com confiança infantil, em Deus, e concentrassem em Jesus suas afeições, recebendo sua vida de Cristo, a videira viva, que soma de bem não poderiam elas realizar, que auxílio poderiam ser a outros, que apoio para seus maridos! E que recompensa não seria a sua afinal! — Idem, 202 (1864). Ev 674.3

Acompanhar o marido no ganhar almas — Se a esposa de um ministro o acompanha em viagens, não deve ir apenas para seu próprio prazer, para visitar e ser servida, mas para com ele trabalhar. Deve ter os mesmos interesses que ele em fazer bem. Convém que tenha boa vontade de acompanhar o marido, caso os cuidados da casa a não impeçam, e deve ajudá-lo em seus esforços para salvar almas. Com mansidão e humildade, mas todavia com confiança em si mesma, deve exercer no espírito dos que a rodeiam uma influência orientadora, desempenhando seu papel e levando sua cruz e encargos na reunião, em torno do altar de família e na conversação no círculo familiar. O povo assim o espera, e se essa expectativa se não realiza, mais da metade da influência do marido é destruída. Ev 675.1

A esposa de um ministro pode fazer muito, se quiser. Se for dotada de espírito de sacrifício, e tiver amor às almas, poderá fazer com ele outro tanto de bem. Uma irmã obreira na causa da verdade pode compreender e tratar, especialmente entre as irmãs, de certos casos que se acham fora do alcance do ministro. — Idem, 201, 202 (1864). Ev 675.2

O vestuário da esposa do ministro — Especialmente as esposas de nossos ministros devem ser cuidadosas em não se afastarem dos claros ensinos da Bíblia em questão de vestuário. Muitos consideram essas recomendações como demasiado antiquadas para merecerem atenção; Aquele, porém, que as deu a Seus discípulos, compreendia os perigos do amor do vestuário em nossos tempos, e mandou-nos essa advertência. Dar-lhe-emos ouvidos e seremos sábios? O excesso no vestuário vai em constante progresso. Ainda não é o fim. A moda muda sempre, e nossas irmãs seguem-lhe os rastos, a despeito do tempo ou das despesas. Grande é a quantia despendida com o vestuário, quando devia volver a Deus, o Doador. — Testemunhos Selectos 1:594 (1864). Ev 675.3

Exemplo de religião doméstica — Lembre-se a mulher do pastor que tem filhos, de que na própria casa ela tem um campo missionário onde deve trabalhar com energia infatigável e zelo inquebrantável, sabendo que os resultados de sua obra perdurarão por toda a eternidade. Não é a alma de seus filhos de tanto valor como a dos pagãos? Cuide, pois, deles com amorável solicitude. Cabe-lhe a responsabilidade de mostrar ao mundo o poder e a excelência da religião no lar. Ela deve ser regida por princípios, não por impulsos, e operar com a consciência de que Deus é seu ajudador. Não deve permitir que coisa alguma a distraia de sua missão. Ev 676.1

É de infinito valor a influência de uma mãe intimamente ligada a Cristo. Seu ministério de amor faz do lar uma Betel. Cristo com ela coopera, transformando a água comum da vida no vinho do Céu. Os filhos crescerão para lhe ser uma bênção e uma honra nesta vida e na que há de vir. — Obreiros Evangélicos, 206 (1915). Ev 676.2

A importante obra no lar — Se homens casados vão trabalhar, deixando a esposa a cuidar dos filhos em casa, a esposa e mãe está plenamente fazendo uma obra tão grande e importante quanto o marido e pai. Enquanto um se encontra no campo missionário, a outra é uma missionária no lar, sendo seus cuidados e ansiedades e encargos freqüentemente muito maiores que os do esposo e pai. A obra da mãe é solene e importante — moldar o espírito e o caráter dos filhos, prepará-los para serem úteis aqui, e habilitá-los para a vida futura e imortal. Ev 676.3

O marido, em pleno campo missionário, pode receber a honra dos homens, ao passo que a lidadora do lar talvez não receba nenhum louvor terrestre por seus labores; mas, em ela trabalhando o melhor possível pelos interesses de sua família, buscando moldar-lhes o caráter segundo o Modelo divino, o anjo relator escreve-lhe o nome como o de um dos maiores missionários do mundo. Ev 677.1

A mulher do missionário pode-lhe ser grande auxílio em buscar tornar-lhe mais leves as responsabilidades, se mantém sua própria alma no amor de Deus. Ela pode ensinar a Palavra aos filhos. Pode dirigir sua casa com economia e prudência. Em união com o marido, pode educar os filhos em hábitos de economia, ensinando-os a restringir suas necessidades. — Idem, 203 (1915). Ev 677.2

O espírito de queixa, um peso morto — Estas irmãs se acham intimamente relacionadas com a obra de Deus, se Ele chamou os maridos para pregarem a verdade presente. Estes servos, caso sejam realmente chamados por Deus, sentirão a importância da verdade. Encontram-se entre os vivos e os mortos, e devem velar pelas almas, como quem delas deva dar contas. Solene é sua vocação, e suas companheiras podem ser-lhes uma grande bênção ou uma grande maldição. Elas os podem animar quando desalentados, confortar quando deprimidos, e estimulá-los a olhar para cima e a confiar plenamente em Deus quando lhes desfalece a fé. Ou podem tomar a direção contrária, olhar ao lado sombrio, pensar que lhes cabe um tempo probante, sem exercitar nenhuma fé em Deus, falar de suas provações e incredulidade aos companheiros, condescender com o espírito de queixa e murmuração, e serem-lhes um peso morto, e mesmo uma maldição. ... Ev 677.3

A esposa não santificada é a maior maldição que um ministro possa ter. Os servos de Deus que têm sido e são ainda bastante infelizes para terem em casa essa influência crestante, devem dobrar as orações e a vigilância, assumir atitude firme e decidida, e não permitir que essa treva os empurre para baixo. Devem apegar-se mais a Deus, ser firmes e resolutos, governar bem a própria casa, e viver de maneira a receber a aprovação de Deus e o vigilante cuidado dos anjos. Mas se cederem aos desejos das não santificadas companheiras, estará sobre sua habitação o desagrado de Deus. A arca de Deus não pode permanecer na casa, pois eles condescendem com seus erros e os apóiam. — Testemunhos Selectos 1:37, 38 (1856). Ev 677.4