Evangelismo

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Santificação e santidade falsas

Acautelai-vos com a doutrina “crê tão-somente” — Deparar-se-nos-ão falsas doutrinas de toda espécie, e a menos que estejamos familiarizados com o que Cristo disse, e estejamos seguindo Suas instruções, seremos levados por caminhos extraviados. Uma das mais perigosas dessas doutrinas é a da falsa santificação. Alguns há que pretendem estar santos, e todavia estão transgredindo os mandamentos de Deus. Sua afirmação de se acharem sem pecado é falsa, e não deve ser aceita. ... Ev 595.2

Outra doutrina que se apresentará, é que tudo quanto temos a fazer é crer em Cristo — crer que Ele nos perdoou os pecados, e depois de estarmos perdoados, é-nos impossível pecar. Isto é um laço do diabo. É verdade que precisamos crer em Cristo. Ele é nossa única esperança de salvação. Mas é também verdade que nos cumpre operar nossa salvação individual diariamente em fé, não jactanciosamente, mas com temor e tremor. Temos de empregar toda faculdade de nosso ser em Seu serviço, e depois de havermos feito o melhor que nos é possível, considerar-nos ainda como servos inúteis. O poder divino unir-se-á aos nossos esforços e, ao apegar-nos a Deus com a mão da fé, Cristo nos comunicará Sua sabedoria e justiça. Assim, por Sua graça, seremos habilitados a edificar sobre o firme fundamento. — Manuscrito 27, 1886. Ev 595.3

Profissão superficial de santidade — Os que querem seguir a Cristo devem estar alicerçados nos princípios da verdade. Precisam compreender o que a Bíblia ensina em matéria de fé, e santificação pela verdade. Devem por tal forma estar firmados neste conhecimento, que não possam ser levados a assumir posições falsas quanto à doutrina da santidade, mas sejam capazes de exemplificar em sua vida a operação prática desse princípio de origem celeste. O povo de Deus deve ser capaz de distinguir entre o genuíno e o espúrio. Ev 596.1

Há os que professam santidade, que declaram que pertencem inteiramente ao Senhor, que pretendem ter direito às promessas de Deus, ao passo que não prestam obediência aos Seus mandamentos. ... Ev 596.2

É verdade que há muitos que nunca receberam a luz da verdade presente e todavia, pela graça concedida por Cristo, guardam a lei, tanto quanto a conhecem. Esses que assim vivem segundo a luz que possuem, não pertencem à classe condenada pelo apóstolo João. Suas palavras aplicam-se aos que se jactam de crer em Jesus, que pretendem santidade, ao mesmo tempo que fazem pouco das reivindicações da lei de Deus. Conquanto falem no amor de Jesus, seu amor não é bastante profundo para os levar à obediência. Os frutos que produzem mostram a espécie da árvore. Demonstram que sua fé não é genuína. Entretanto esta classe, embora nenhum direito tenha, conquanto não faça jus às promessas de Deus, reclama ousadamente todas as Suas bênçãos. Ao passo que não dão coisa alguma, tudo reclamam. Cerram os ouvidos à verdade, recusam-se a ouvir o positivo “Assim diz o Senhor”, mas, professando santidade enganam a muitos, desviando almas por sua fé pretensiosa, sem base. — Gospel Workers, 226, 227 (1892). Ev 596.3

Falsa doutrina — não faz diferença em que acreditais — Muitos há, cuja religião consiste em teoria. Para eles, uma emoção feliz é piedade. Dizem: “Vinde a Jesus, e crede nEle. Não faz diferença em que acreditais, contanto que sejais sinceros em vossa crença.” Não procuram fazer o pecador compreender o verdadeiro caráter do pecado. ... Ev 597.1

Satanás quer que todo transgressor da lei de Deus pretenda ser santo. É isto que ele próprio está fazendo. Fica satisfeito quando os homens baseiam sua fé em doutrinas espúrias e no entusiasmo religioso; pois ele bem pode empregar essas pessoas para seus fins de iludir as almas. Há muitos professamente santificados, que estão ajudando Satanás em sua obra. Falam muito de sentimento; falam de seu amor para com Deus. Deus, porém, não lhes reconhece o amor; pois este é um engano do inimigo. Deus concedeu luz a essas pessoas, mas recusam aceitá-la. Juntamente com o pai da mentira, receberão o galardão da desobediência. — The Review and Herald, 26 de Junho de 1900. Ev 597.2

Outro erro — a abolição dos mandamentos — Cristo adverte a Seus seguidores: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” Ele nos exorta a não nos deixarmos enganar quando vêm os falsos pastores apresentar suas doutrinas. Esses homens nos dizem que os mandamentos de Deus foram abolidos por ocasião da morte de Cristo. Creremos nós neles, nesses homens que pretendem estar santificados, ao passo que se recusam a obedecer a Deus? Dizem que o Senhor lhes disse que não precisam guardar os Dez Mandamentos; mas disse-lhes acaso isto o Senhor? Não, Deus não mente. Ev 597.3

Satanás, que é o pai da mentira, enganou a Adão de modo semelhante, dizendo-lhe que não precisava obedecer a Deus, que não morreria se transgredisse a lei. Mas Adão caiu, e por seu pecado abriu as comportas da miséria para o mundo. Outra vez, Satanás disse a Caim que ele não precisava seguir expressamente o mandamento de Deus de apresentar como oferta o cordeiro morto. Caim obedeceu à voz do enganador; e porque Deus não lhe aceitou a oferta ao passo que manifestou Seu agrado pela de Abel, Caim irou-se e matou seu irmão. Ev 598.1

Precisamos saber por nós mesmos a que voz estamos atendendo, se a voz do Deus vivo e verdadeiro, ou a voz do grande apóstata. ... Ev 598.2

Quando o tipo encontrou o antítipo na morte de Cristo, cessou a oferta sacrifical. A lei cerimonial foi abolida. Mas, pela crucifixão, a lei dos Dez Mandamentos foi estabelecida. O evangelho não ab-rogou a lei, nem lhe diminuiu um til das reivindicações. Ela ainda requer santidade em toda parte. É o eco da própria voz de Deus, fazendo a toda alma o convite: Subi mais alto. Sede santos, mais santos ainda. — The Review and Herald, 26 de Junho de 1900. Ev 598.3

Advertência oportuna — Nós como um povo caímos no erro oposto. Reconhecemos as reivindicações da lei de Deus, e ensinamos ao povo o dever de render-lhe obediência. Cremos em tudo dar, mas não vemos que devemos receber, assim como dar. Deixamos de ter aquela confiança, aquela fé que leva a alma a permanecer em Cristo. Pouco reclamamos, quando tudo poderíamos reclamar; pois não há limite às promessas de Deus. Ev 598.4

Mediante a falta de fé, muitos que procuram obedecer aos mandamentos de Deus têm pouca paz e gozo; não representam corretamente a santificação que deve vir mediante a obediência à verdade. Não estão firmados em Cristo. Muitos sentem uma falta em sua vida; desejam alguma coisa que não têm; e assim são alguns levados a assistir a reuniões chamadas de santidade, e ficam encantados com os sentimentos dos que quebrantam a lei de Deus. Ev 599.1

É nosso dever pregar a fé, apresentar o amor de Cristo em relação com as reivindicações da lei; pois uma não pode ser bem compreendida sem a outra. Em todos os sermões, o amor de Deus, tal como se manifestou em Cristo, a única esperança do pecador, deve ser acentuado até que o povo apreenda alguma coisa de seu poder e preciosidade. Se isto é feito como deve, não se dirá deste povo que eles ensinam a lei mas não crêem no arrependimento, na fé e na conversão. É preciso que estes assuntos sejam combinados, como Deus os combinou; então a verdade será apresentada em sua plenitude, não como mera teoria, mas como um poder que transformará o caráter. Será então pregada em demonstração de Espírito e com poder. Então os que aceitarem as doutrinas da Bíblia não ficarão sem ser alimentados; sentirão a vivificante influência do Espírito Santo. — Gospel Workers, 227, 228 (1892). Ev 599.2