Evangelismo

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O evangelismo pastoral

Velar pelos novos crentes — Quando homens e mulheres aceitam a verdade, não devemos retirar-nos e deixá-los, sem sentir mais nenhuma responsabilidade por eles. Eles devem ser velados. Cumpre ter na alma uma preocupação por eles, e cuidar deles como mordomos que por eles têm de prestar contas. Então, ao falardes ao povo, dai a cada homem sua devida porção de alimento ao tempo devido; mas precisais encontrar-vos em situação em que vos seja possível distribuir esse alimento. — Manuscrito 13, 1888. Ev 345.2

Apascenta os meus cordeiros — O Senhor Jesus disse a Pedro: “E tu, quando te converteres, confirma a teus irmãos”; e depois da ressurreição, justo antes de ascender ao Céu, Ele disse a Seu discípulo: “Simão, filho de Jonas, amas-Me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; Tu sabes que Te amo. Disse-lhe: Apascenta os Meus cordeiros.” Ev 345.3

Esta era uma obra em que Pedro tinha bem pouca experiência; não podia, porém, estar completo na vida cristã a menos que aprendesse a alimentar os cordeiros, os que são tenros na fé. Exigiria grande cuidado e muita paciência e perseverança o ministrar aos ignorantes o devido ensino, abrindo-lhes as Escrituras e educando-os para a utilidade e o dever. Esta é a obra que deve ser feita na igreja hoje, do contrário os advogados da verdade ficarão atrofiados em sua experiência, e serão expostos à tentação e enganos. O encargo dado a Pedro deve chegar ao coração de quase todo ministro. De quando em quando se ouve a voz de Cristo repetindo a recomendação a Seus subpastores: “Apascenta os Meus cordeiros”, “apascenta as Minhas ovelhas.” Ev 346.1

Nas palavras dirigidas a Pedro, são expostas diante do ministro evangélico que tem o cargo do rebanho de Deus, as suas responsabilidades. — Carta 3, 1892. Ev 346.2

Apascentar o rebanho — Meus irmãos no ministério evangélico, apascentemos o rebanho de Deus. Levemos a todo coração animação e alegria. Desviemos os olhos de nossos irmãos e irmãs dos traços desagradáveis de caráter que quase todos possuem, e ensinemo-los a olharem para Cristo, Aquele que é inteiramente desejável, o Primeiro entre dez mil. ... Ev 346.3

Deus confiou aos mortais preciosos tesouros de verdade. Esses tesouros podem ser assemelhados a belo fruto, que deve ser apresentado ao povo em vasos limpos e puros e santos, de modo que eles recebam esse fruto e o saboreiem para glória de Deus. — Manuscrito 127, 1902. Ev 346.4

Visitar toda família — Como pastor do rebanho, ele [o ministro], deve cuidar das ovelhas e cordeiros, procurando os perdidos e extraviados, e levando-os novamente para o aprisco. Ele deve visitar toda família, não somente como hóspede para fruir-lhe a hospitalidade, mas para averiguar as condições espirituais de cada membro da família. Sua própria alma deve achar-se possuída do amor de Deus; então, mediante bondosa cortesia, é-lhe possível achar caminho ao coração de todos, e trabalhar com êxito por pais e filhos, rogando, advertindo, animando, segundo o caso o exigir. — The Signs of the Times, 28 de Janeiro de 1886. Ev 346.5

Aproximar-se dos corações — Aproximai-vos de vossos irmãos; procurai-os, ajudai-os; achegai-vos ao coração deles como alguém que pode compadecer-se de suas fraquezas. Podemos assim obter vitórias que nossa pouca fé ainda não apreendeu. Deve-se dar aos membros dessas famílias alguma obra a realizar em benefício de almas. O mútuo amor e a confiança, dar-lhes-ão força moral para serem coobreiros de Deus. — Manuscrito 42, 1898. Ev 347.1

É preciso arrancarem-se os espinhos e lançá-los fora — Muitos que professam ser cristãos andam tão absorvidos com cuidados deste mundo, que não têm tempo para cultivar a piedade. Não consideram a verdadeira religião de primeira importância. Um homem talvez pareça receber a verdade, porém se não vencer seus traços de caráter não cristãos, esses espinhos se desenvolverão e fortalecerão, matando as preciosas graças do Espírito. Os espinhos do coração precisam ser extirpados e lançados fora, pois o bem e o mal não podem crescer juntos no coração. As inclinações e desejos humanos não santificados devem ser desarraigados da vida como obstáculos ao crescimento cristão. — Carta 13, 1902. Ev 347.2

Reprovar e exortar — Há trabalho pastoral a fazer, quer dizer, reprovar e exortar com toda a longanimidade e doutrina; isto é, ele deve apresentar a Palavra de Deus, para mostrar onde haja alguma deficiência. Caso haja alguma coisa no caráter dos professos seguidores de Cristo, certamente o ministro deve preocupar-se com isto, não sentir-se como senhor da herança de Deus. Lidar com o espírito humano é a mais bela tarefa que já foi confiada ao homem mortal. — Manuscrito 13, 1888. Ev 347.3

Tornai com freqüência a reunião do Sábado uma classe bíblica — Tem-me sido muitas vezes mostrado que deve haver menos sermonizar por parte dos ministros que desempenham apenas o papel de pastores locais de igreja, e que se façam maiores esforços pessoais. Nosso povo não deve ser levado a pensar que precisam escutar cada sábado um sermão. Muitos que ouvem freqüentes sermões, mesmo que a verdade seja apresentada em linhas claras, não aprendem senão pouca coisa. Seria muitas vezes mais proveitoso se as reuniões de sábado fossem da natureza de um estudo bíblico. A verdade bíblica deve ser apresentada de maneira tão simples e interessante, que todos possam facilmente compreender e apreender os princípios da salvação. — Carta 192, 1906. Ev 348.1

É necessário mais do que sermões — Um ministro é uma pessoa que ministra [que serve]. Se limitais vossa obra a sermonizar, o rebanho de Deus sofrerá; pois necessitam de esforço pessoal. Sejam breves vossos discursos. Os sermões longos fatigam-vos a vós e ao povo. Caso os ministros fizessem seus sermões apenas de metade do comprimento, fariam mais benefício e sobrar-lhes-iam forças para efetuar trabalho pessoal. Visitai as famílias, orai com elas, conversai com elas, examinai as Escrituras com elas, e far-lhes-eis bem. Demonstrai-lhes que buscais sua prosperidade, e quereis que sejam cristãos saudáveis. — Manuscrito 8a, 1888. Ev 348.2

Levar o incensário do amor fragrante — Os obreiros do Senhor necessitam do enternecedor amor de Jesus no coração. Viva cada ministro como um homem entre os homens. Vá ele, com métodos bem regulados, de casa em casa, levando sempre o incensário da fragrante atmosfera celeste de amor. Ide ao encontro dos pesares, dificuldades e aflições dos outros. Tomai parte nas alegrias e cuidados, tanto dos grandes como dos pequenos, dos ricos como dos pobres. — Carta 50, 1897. Ev 348.3

Pregação para crianças — Repita-se às crianças em todas as ocasiões oportunas, a história do amor de Jesus. Deixe-se em cada sermão um lugarzinho para benefício delas. O servo de Cristo pode fazer desses pequeninos, amigos duradouros. Não perca ele, portanto, oportunidade de os ajudar a se tornarem mais inteligentes no conhecimento das Escrituras. Isso contribuirá mais do que avaliamos para impedir o caminho aos ardis de Satanás. Se as crianças cedo se familiarizam com as verdades da Palavra de Deus, erguer-se-á uma barreira contra a impiedade, e elas serão habilitadas a enfrentar o inimigo com as palavras: “Está escrito.” — Obreiros Evangélicos, 208 (1915). Ev 349.1

Consagrar crianças — Não se esqueça o ministro de animar os preciosos cordeiros do rebanho. Cristo, a majestade do Céu, disse: “Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a Mim; porque dos tais é o reino dos Céus.” Jesus não manda as crianças aos rabis; não as manda aos fariseus, pois sabe que esses homens as ensinariam a rejeitar seu melhor amigo. As mães que levaram seus filhos a Jesus, fizeram bem. Lembrai-vos do texto: “Deixai os meninos e não os estorveis de vir a Mim; porque dos tais é o reino dos Céus.” Levem as mães hoje seus filhos a Cristo. Tomem os ministros do evangelho as criancinhas nos braços, e abençoem-nas em nome de Jesus. Sejam dirigidas palavras do mais terno amor aos pequeninos; pois Jesus tomou os cordeiros do rebanho nos braços, e os abençoou. — The Review and Herald, 24 de Março de 1896. Ev 349.2

Sermões de Sábado para visitas — Quando se acham presentes no local do culto homens de saber, estadistas e os chamados homens dignos de honra, o ministro pensa que lhes deve apresentar um banquete intelectual; buscando fazer isto, porém, ele perde preciosa oportunidade de ensinar as próprias lições que foram apresentadas pelo maior Mestre que o mundo já conheceu. Todas as congregações de nossa terra precisam aprender mais de Cristo, e Cristo crucificado. Uma experiência religiosa que não se baseia em Cristo e nEle unicamente, é destituída de valor. Esses homens de capacidade intelectual necessitam de uma apresentação clara, escriturística do plano da salvação. Seja-lhes apresentada a verdade, em sua singeleza e poder. Se isto não prender a atenção e despertar o interesse, nunca eles se poderão interessar nas coisas celestiais e divinas. Há, em toda congregação, almas insatisfeitas. Todo sábado elas querem ouvir alguma coisa definida, que explique a maneira por que podem ser salvas, como se podem tornar cristãs. O importante para elas saberem é: Como pode um pecador apresentar-se diante de Deus? Seja o caminho da salvação apresentado diante delas em simplicidade, tão claramente como o apresentaríeis a uma criancinha. Exaltai a Jesus como a única esperança do pecador. — Manuscrito 4, 1893. Ev 350.1

Negligenciar a obra para ler e estudar — Os deveres de um pastor são muitas vezes vergonhosamente negligenciados, porque o ministro não tem resistência para sacrificar suas inclinações pessoais para o isolamento e o estudo. O pastor deve fazer visitas de casa em casa entre o seu rebanho, ensinando, conversando e orando com cada família, e velando pelo bem-estar de suas almas. Os que têm manifestado desejo de se relacionar com os princípios de nossa fé, não devem ser negligenciados, mas completamente instruídos na verdade. — Obreiros Evangélicos, 337 (1915). Ev 350.2