Evangelismo

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Histórias, anedotas, pilhérias e gracejos*

O embaixador de Cristo — O ministro do Evangelho que é coobreiro de Deus, aprenderá diariamente na escola de Cristo. ... De seus lábios não sairá palavra alguma leviana, frívola; pois não é ele embaixador de Cristo, portador de uma mensagem divina para as almas que perecem? Toda pilhéria e gracejo, toda leviandade e frivolidade, é dolorosa para o discípulo que carrega a cruz de Cristo. Ele é oprimido pela responsabilidade que sente pelas almas. Constantemente esvazia perante Deus o coração em busca do dom de Sua graça, para que possa ser mordomo fiel. Ora para ser mantido puro e santo, e depois recusa precipitar-se com descuido no terreno da tentação. Ev 206.4

Atende à ordem: “Como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo.” ... Mantendo-se próximo do seu Mestre, dEle recebe palavras para falar às pessoas. Elevando como Cristo eleva, amando como Cristo ama, trabalhando como Cristo trabalha, anda fazendo bem. Luta com todas as forças para o aprimoramento próprio, a fim de que, por preceito e exemplo, leve outros a uma vida mais pura, mais elevada e mais nobre. — The Review and Herald, 21 de Janeiro de 1902. Ev 207.1

Deixar impressão solene — Não devem os ministros pregar opiniões de homens, não devem contar anedotas nem encenar representações teatrais, nem exibir-se; mas, como se estivessem na presença de Deus e do Senhor Jesus Cristo, têm de pregar a Palavra. Não introduzam na obra do ministério leviandades, mas preguem a Palavra de maneira que deixe em quem os escute, a mais solene impressão. — The Review and Herald, 28 de Setembro de 1897. Ev 207.2

Impressionar os estranhos com o cunho da verdade — A vontade de Deus é que todas as partes de Seu culto sejam conduzidas de maneira ordenada, decorosa, o que impressionará os estranhos que estejam presentes, bem como os freqüentadores habituais, com o elevado e enobrecedor cunho da verdade e seu poder de purificar o coração. Ev 207.3

Em Sua providência Deus impressiona as pessoas para freqüentarem nossas reuniões de pavilhões e os cultos da igreja. Alguns aí vão por curiosidade, outros para criticar ou ridicularizar. Muitas vezes são eles convencidos do pecado. A palavra proferida com espírito de amor causa neles impressão duradoura. Com que cuidado, pois, devem ser dirigidas essas reuniões! As palavras proferidas devem sê-lo com autoridade, para que o Espírito Santo com elas impressione as mentes. O orador que é guiado pelo Espírito de Deus tem uma sagrada dignidade, e suas palavras são um cheiro de vida para vida. Não sejam introduzidas nos discursos ilustrações nem anedotas impróprias. Sejam para a edificação dos ouvintes as palavras proferidas. — Carta 19, 1901. Ev 207.4

As ilustrações que Cristo usou — Suas [de Cristo] mensagens de misericórdia variavam, a fim de ajustar-se ao Seu auditório. Sabia “dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado”; pois nos lábios Lhe era derramada graça, a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa maneira, os tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar do espírito mais cheio de preconceito, surpreendendo-o com ilustrações que lhe prendiam a atenção. Ev 208.1

Por meio da imaginação, chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e, conquanto simples, encerravam admirável profundeza de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas — com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e sempre, posteriormente, quando Seus ouvintes viam essas coisas da Natureza, elas Lhe evocavam as palavras. As ilustrações repetiam continuamente Suas lições. — O Desejado de Todas as Nações, 254 (1898). Ev 208.2

Depreciando a mensagem — Não devemos perder de vista a santidade peculiar desta missão de ajudar o povo por palavra e doutrina. A ocupação do ministro é proferir as palavras da verdade às pessoas, a verdade solene e sagrada. Alguns formam hábito de contar em seus discursos anedotas que têm a tendência de divertir e tirar da mente dos ouvintes o cunho sagrado da Palavra que manuseiam. Tais pessoas deveriam considerar que não estão dando ao povo a Palavra do Senhor. Demasiadas são as ilustrações que não exercem influência correta; elas apoucam a sagrada dignidade que sempre deve ser mantida na apresentação da Palavra de Deus ao público. — The Review and Herald, 22 de Fevereiro de 1887. Ev 208.3

Forragem muito barata — Há homens que ficam nos púlpitos como pastores, professando alimentar o rebanho, enquanto as ovelhas estão morrendo por falta do pão da vida. Há longos e arrastados discursos grandemente compostos de narrativas de anedotas; mas o coração dos ouvintes não é tocado. Pode ser que os sentimentos de alguns sejam tocados, podem derramar algumas lágrimas, mas seu coração não foi quebrantado. O Senhor Jesus tem estado presente ao apresentarem o que se chamava sermão, mas suas palavras eram destituídas do orvalho e chuva do Céu. Davam evidências de que os ungidos descritos por Zacarias (ver capítulo quatro) não lhes haviam ministrado para que pudessem ministrar aos outros. Quando os ungidos se esvaziam pelos canudos de ouro, o dourado óleo flui deles para os vasos de ouro, para manar para as lâmpadas, as igrejas. É esta a obra de todo fiel e dedicado servo do Deus vivo. O Senhor Deus do Céu não pode aprovar muito do que é trazido ao púlpito pelos que professam estar falando a Palavra do Senhor. Não inculcam idéias que sejam uma bênção para os que o ouvem. Alimento barato, muito barato é colocado diante do povo. — Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 336, 337 (1896). Ev 209.1

Fogo estranho — O objetivo de vossos esforços ministeriais não é divertir. Não é tão-somente apresentar informação nem meramente convencer o intelecto. A pregação da Palavra deve apelar para o intelecto e comunicar conhecimento, mas abrange muito mais do que isso. O coração do ministro deve alcançar o coração dos ouvintes. Alguns adotaram estilo de pregação que não exerce a devida influência. ... Ev 209.2

Ao misturar a apresentação de histórias fabulosas com seus discursos, está o ministro usando fogo estranho. ... Tendes, para enfrentar, homens de todas as espécies de intelecto, e ao tratardes da Palavra Sagrada, deveis manifestar fervor, respeito e reverência. Não se produza em mente alguma a impressão de que sois oradores vulgares e superficiais. Suprimi de vossos sermões os contos fabulosos. Pregai a Palavra. Se houvésseis constantemente pregado a Palavra, teríeis maior colheita para o Mestre. Pouca compreensão tendes da grande necessidade e anelo da alma. Alguns estão lutando com a dúvida, quase em desespero, quase sem esperança. ... Ev 210.1

Deus é ofendido quando Seus representantes se rebaixam ao uso de palavras triviais e frívolas. A causa da verdade é desonrada. Os homens julgam todo o ministério pela pessoa a quem escutam, e os inimigos da verdade tirarão o maior proveito de seus erros. — Carta 61, 1896. Ev 210.2

Famintos do pão da vida — Guardai as vossas histórias para vós mesmos. As pessoas não têm por elas fome espiritual, mas querem o pão da vida, a palavra viva que permanece para sempre. Que tem a palha com o trigo? — Carta 61, 1896. Ev 210.3

O peso da convicção perdido por vulgaridades — Depois de haver sido feito bom trabalho, as pessoas que foram despertas para o reconhecimento do pecado, devem ser ensinadas a apegarem-se ao braço do Senhor. Mas se as boas impressões causadas não são seguidas de esforços sinceros e ardentes, nenhum bem permanente é realizado. Poderia o resultado ser muito diferente, se um desejo de divertimento não desviasse a mente da contemplação de coisas sérias. ... Ev 210.4

Não deve o divertimento ser entretecido com a instrução das Escrituras. Ao ser feito isso, os ouvintes, divertidos com alguma vulgar tolice, perdem o peso da convicção. Passa a oportunidade, e ninguém é atraído pelas cordas de amor do Salvador. — Manuscrito 83, 1901. Ev 211.1

Evitai as expressões vulgares e comuns — As mensagens da verdade devem ser mantidas inteiramente isentas de palavras vulgares e comuns de expediente humano. Far-se-ão, assim, impressões convincentes nos corações. Não acalentem os nossos ministros a idéia de que devam apresentar alguma coisa nova e estranha, nem que as expressões vulgares e comuns lhes darão influência. Têm os ministros que ser porta-vozes de Deus, e devem eliminar de seus discursos toda expressão vulgar ou comum. Sejam eles cuidadosos de que, ao buscarem, em seu discurso, produzir riso, não desonrem a Deus. Ev 211.2

Nossa mensagem é solene e sagrada, e devemos vigiar em oração. As palavras pronunciadas devem ser de caráter tal que por meio delas Deus possa fazer impressão sobre o coração e o intelecto. Santifiquem-se pela verdade, os ministros do evangelho. — Carta 356, 1906. Ev 211.3