Conselhos sobre o Regime Alimentar

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Os dias de Noé e os nossos dias

230. Jesus, assentado no Monte das Oliveiras, deu a Seus discípulos instruções concernentes aos sinais que deviam preceder Sua vinda: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.” Os mesmos pecados que trouxeram juízos sobre o mundo nos dias de Noé, existem em nossos dias. Homens e mulheres levam os seus hábitos no comer e beber a tais extremos que terminam em glutonaria e bebedice. Este predominante pecado, a condescendência para com o apetite pervertido, inflamou as paixões dos homens nos dias de Noé, e levaram a generalizada corrupção. Violência e pecado alcançaram o Céu. Esta contaminação moral foi finalmente varrida da Terra por meio do dilúvio. Os mesmos pecados de glutonaria e embriaguez embotaram a sensibilidade moral dos habitantes de Sodoma, a ponto de parecer que o crime fosse o prazer de homens e mulheres da ímpia cidade. Cristo assim adverte o mundo: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se manifestar.” CRA 145.3

Cristo nos deixou aqui uma importantíssima lição. Ele queria colocar perante nós o perigo de tornar nossos hábitos de comer e beber coisa suprema. Ele apresenta o resultado da não contida tolerância para com o apetite. As faculdades morais são debilitadas, de modo que o pecado não parece ser o que é. O crime é considerado levianamente, e as paixões controlam a mente, até que os bons princípios e bons impulsos são erradicados, e Deus é blasfemado. Tudo isto é o resultado de comer e beber em excesso. Esta é a própria condição daquilo que Cristo disse existiria por ocasião de Sua segunda vinda. CRA 146.1

O Salvador nos apresenta alguma coisa mais elevada por que lutar, do que meramente o que comeremos, o que beberemos ou com que nos vestiremos. Comer, beber e vestir-se são levados a tais excessos que se tornam crime. Estão entre os assinalados pecados dos últimos dias, e constituem um sinal da breve volta de Cristo. Tempo, dinheiro e força, que pertencem ao Senhor, mas que Ele confia a nós, são gastos em superfluidade no vestir e em luxos do apetite pervertido, que diminuem a vitalidade e trazem sofrimento e ruína. É impossível podermos apresentar a Deus nosso corpo como sacrifício vivo, quando o aviltamos de contínuo com corrupção e enfermidade em virtude de nossa própria pecaminosa condescendência. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 11, 12; Conselhos Sobre Saúde, 23, 24 (1890). CRA 146.2

231. Uma das mais fortes tentações que o homem tem de enfrentar é em relação ao apetite. No princípio Deus fez o homem reto. Ele foi criado com perfeito equilíbrio mental, sendo plena e harmoniosamente desenvolvidos o tamanho e a força de todos os seus órgãos. Mas pela sedução do astucioso inimigo, a proibição de Deus foi desrespeitada e as leis da Natureza exercitaram sua plena penalidade. ... CRA 147.1

Desde que se rendeu pela primeira vez ao apetite, tem a humanidade aumentado cada vez mais a tolerância para consigo mesma, de maneira que a saúde tem sido sacrificada no altar do apetite. Os habitantes do mundo antediluviano eram intemperantes no comer e beber. Alimentavam-se de carne, embora Deus ainda não houvesse dado ao homem qualquer permissão para ingerir alimento animal. Eles comiam e bebiam até que seu depravado apetite não conhecesse limites, e tornaram-se tão corrompidos que Deus não mais os pôde suportar. O copo de sua iniqüidade estava cheio, e Ele purificou a Terra de sua contaminação moral por meio de um dilúvio. CRA 147.2

Sodoma e Gomorra

Ao se multiplicarem os homens sobre a Terra após o dilúvio, de novo se esqueceram de Deus, e corromperam seus caminhos perante Ele. Aumentou a intemperança em toda forma, até que quase o mundo todo estava entregue a sua influência. Cidades inteiras tinham sido varridas da face da Terra por causa de degradantes crimes e revoltante iniqüidade que os fizeram uma mancha sobre o aprazível campo das obras que Deus criara. A satisfação ao apetite antinatural conduziu aos pecados que acarretaram a destruição de Sodoma e Gomorra. Deus atribui a queda de Babilônia a sua glutonaria e embriaguez. A condescendência para com o apetite e as paixões fora o fundamento de todos os seus pecados. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 42, 43; Conselhos Sobre Saúde, 108-110 (1890). CRA 147.3