Conselhos sobre o Regime Alimentar

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Educação do apetite na infância

346. Mal se pode apreciar devidamente a importância de habituar bem as crianças quanto a um são regime alimentar. As crianças devem aprender que têm de comer para viver, e não viver para comer. Esses hábitos devem começar a ser implantados já na criancinha de braço. Ela só deve tomar alimentos a intervalos regulares, e menos freqüentemente, à medida que vai tendo mais idade. Não convém dar-lhe doces, ou comidas dos adultos, que é incapaz de digerir. O cuidado e a regularidade na alimentação dos pequeninos, não somente promove a saúde, tendendo assim a torná-los sossegados e mansos, mas lançará o fundamento para os hábitos que lhes serão uma bênção nos anos posteriores. CRA 229.3

Ao saírem as crianças da primeira infância, deve-se exercer grande cuidado em educar-lhes os gostos e o apetite. Muitas vezes se lhes permite que comam o que preferem, e quando o entendam, sem se tomar em consideração a saúde. Os esforços e o dinheiro desperdiçados freqüentemente em petiscos, levam as crianças a pensar que o primeiro objetivo na vida, o que maior soma de felicidade proporciona, é poder satisfazer o apetite. O resultado disso é a gula, vindo depois a doença, à qual se segue em geral o emprego de drogas envenenadoras. CRA 230.1

Os pais devem educar o apetite dos filhos, não lhes permitindo também comerem coisas que prejudiquem a saúde. Mas no esforço de regularizar-lhes a alimentação, devemos ser cuidadosos em não exigir dos filhos que comam coisas desagradáveis ao paladar, nem mais do que necessitam. As crianças têm direitos, têm preferências, e quando estas sejam razoáveis, devem ser respeitadas. ... CRA 230.2

As mães que satisfazem os desejos dos filhos com detrimento da saúde e de uma disposição feliz, estão lançando sementes daninhas que hão de germinar e dar fruto. A condescendência consigo mesmos cresce com os pequenos, e tanto o vigor físico como o mental são por essa forma sacrificados. As mães que assim fazem, ceifam com amargura a semente que semearam. Vêem os filhos crescerem, tanto mentalmente, como no que respeita ao caráter, incapazes para desempenhar um papel nobre e útil na família e na sociedade. As faculdades espirituais, mentais e físicas, sofrem sob a influência de uma alimentação não saudável. A consciência fica entorpecida, e diminui de suscetibilidade às boas impressões. CRA 230.3

Ao passo que se ensinam as crianças a dominarem o apetite, e comerem segundo as leis da saúde, convém fazê-las compreender que se estão privando apenas daquilo que lhes seria prejudicial. Rejeitam coisas nocivas por outras melhores. Que a mesa seja convidativa e atraente, sendo provida das boas coisas que Deus tão generosamente nos proporcionou. Seja a hora da refeição um tempo alegre e feliz. E ao gozarmos os dons que nos são concedidos, retribuamos com gratos louvores ao Doador. — A Ciência do Bom Viver, 383-385 (1905). CRA 231.1

347. Muitos pais, a fim de evitarem a tarefa de educar pacientemente os filhos em hábitos de renúncia, e ensiná-los a fazerem reto uso de todas as bênçãos de Deus, deixam-nos comer e beber sempre que lhes apeteça. O apetite e a condescendência egoísta, a menos que sejam refreados positivamente, aumentam com o crescimento e fortalecem-se com a força. Quando essas crianças começarem a viver por si mesmas, e assumirem seu lugar na sociedade, serão impotentes para resistir à tentação. Por toda parte abundam a impureza moral e crassa iniqüidade. A tentação de ceder ao paladar e satisfazer a inclinação não tem diminuído com o correr dos anos, e a juventude em geral é governada pelo impulso, sendo escravos do apetite. No glutão, no devoto do tabaco, no bebedor de vinho e no ébrio vemos os maus resultados da educação defeituosa. — Testimonies for the Church 3:564 (1875). CRA 231.2