Conselhos sobre Saúde

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Um exemplo de degradação

Meu marido e eu assistimos uma vez a uma reunião em que nossas simpatias foram solicitadas para um irmão que sofria grandemente com a tuberculose. Achava-se pálido e emaciado. Ele pedia as orações do povo de Deus. Disse que a família estava doente, e que perdera um filho. Falava com sentimento acerca dessa perda. Disse que havia tempos esperava poder ver o irmão e a irmã White. Acreditava que, se orassem com ele, seria curado. Terminada a reunião, os irmãos chamaram-nos a atenção para o caso. Disseram que a igreja os estava ajudando, que a esposa estava doente, e lhe morrera o filho. Os irmãos se haviam reunido em sua casa, e orado pela família enferma. Nós estávamos muito fatigados, e tínhamos sobre nós a preocupação do trabalho durante a reunião, e desejávamos ser escusados. CSa 618.2

Eu havia resolvido não me empenhar em oração por ninguém, a menos que o Espírito do Senhor assim indicasse. Havia-me sido mostrado que havia tanta iniqüidade, mesmo entre os professos observadores do sábado, que não desejava tomar parte em oração por pessoas cuja história me era desconhecida. Declarei minha razão. Foi-me assegurado pelos irmãos que, tanto quanto eles sabiam, ele era um digno irmão. Conversei alguns momentos com a pessoa que solicitara nossas orações a fim de obter a cura, mas não me pude sentir livre. Ele chorou e disse que esperara que chegássemos, e estava certo de que, se orássemos por ele, seria restaurado à saúde. Dissemos-lhe que não estávamos familiarizados com sua vida; que preferíamos que aqueles que o conheciam orassem com ele. Ele nos importunou tão encarecidamente, que decidimos considerar seu caso, e apresentá-lo perante o Senhor aquela noite; e se o caminho nos parecesse aberto, havíamos de satisfazer-lhe o pedido. CSa 619.1

Curvamo-nos naquela noite em oração, e apresentamos seu caso perante o Senhor. Rogamos que pudéssemos conhecer a vontade de Deus a seu respeito. Todo o nosso desejo era que Deus fosse glorificado. Queria o Senhor que orássemos por esse enfermo? Deixamos o caso com o Senhor, e recolhemo-nos para descansar. Num sonho o caso daquele homem me foi claramente apresentado. Foi mostrado o seu procedimento desde a infância, e que, se orássemos, o Senhor não nos ouviria; pois ele atendia à iniqüidade em seu coração. Na manhã seguinte o homem veio para que orássemos por ele. Tomamo-lo à parte, e dissemos-lhe que sentíamos ser forçados a recusar o seu pedido. Contei-lhe meu sonho, que ele reconheceu ser a verdade. Ele praticava masturbação desde a infância, e continuara nessa prática através de sua vida de casado, mas disse que procuraria romper com ela. CSa 619.2

Esse homem tinha um hábito longamente arraigado para vencer. Estava na metade da existência. Seus princípios morais estavam tão fracos que, quando postos em conflito com a condescendência há tanto arraigada, eram vencidos. As paixões inferiores haviam adquirido ascendência sobre a natureza superior. Interroguei-o quanto à reforma da saúde. Disse que não podia vivê-la. Sua esposa jogaria fora a farinha integral, caso ela fosse introduzida em casa. Esta família havia sido ajudada pela igreja. Haviam-se feito orações em seu favor também. Seu filho morrera, a esposa estava doente, e o marido e pai deixava seu caso sobre nós, para o levarmos perante o puro e santo Deus, para que Ele operasse um milagre, e o restabelecesse. As sensibilidades morais desse homem estavam embotadas. CSa 620.1

Quando os jovens adotam práticas vis enquanto o espírito é tenro, eles nunca obterão força para desenvolver plena e corretamente personalidade física, intelectual e moral. Ali estava um homem que se degradava diariamente, e todavia ousava arriscar-se a entrar na presença de Deus, e pedir um acréscimo da força que ele vilmente dissipara e que, se concedida, consumiria em sua concupiscência. Que paciência a de Deus! Se Ele lidasse com o homem segundo seus caminhos corruptos, quem poderia viver à Sua vista? Que seria se houvéssemos sido menos cautelosos e levado diante de Deus o caso desse homem, enquanto ele praticava iniqüidade, teria o Senhor ouvido? Haveria atendido? “Porque Tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à Tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade.” “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Salmos 5:4, 5; 66:18. CSa 620.2

Este não é um caso isolado. Mesmo as relações matrimoniais não foram suficientes para preservar este homem dos hábitos corruptos de sua adolescência. Quisera poder convencer-me de que casos como o que apresento são raros; sei, porém, que são freqüentes. Os filhos nascidos de pais dominados por paixões corruptas, são sem valor. Que pode ser esperado de filhos tais, senão que desçam mais baixo na balança, que seus pais? Que se pode esperar desta geração? Milhares são vazios de princípios. Esses mesmos transmitem a sua descendência as próprias paixões miseráveis, corruptas. Que herança! Milhares arrastam a existência destituída de princípios, manchando seus associados e perpetuando suas baixas paixões com o transmiti-las aos filhos. Tomam a responsabilidade de neles gravar seu próprio caráter. CSa 621.1