A Ciência Do Bom Viver, A

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A Literatura Sensacionalista

Muitas das publicações hoje se acham repletas de histórias sensacionais, que estão educando os jovens na impiedade, e conduzindo-os ao caminho da perdição. Muitas crianças na idade são velhos no conhecimento do crime. São incitadas ao mal pelos contos que lêem. Ensaiam, na imaginação, os atos descritos, até que se lhes desperta a ambição de ver de que são capazes quanto a cometer crimes e escapar à pena. CBV 444.4

Para a viva imaginação das crianças e jovens, as cenas descritas em imaginárias revelações do futuro são realidades. Ao serem preditas revoluções e descrita toda forma de acontecimentos que derribam as barreiras da lei e da restrição ao próprio eu, muitos se possuem do espírito dessas imaginações. São levados à prática de crimes ainda piores, se possível, que os descritos por esses escritores sensacionalistas. Mediante influências assim a sociedade está se desmoralizando. As sementes da anarquia são amplamente difundidas. Ninguém se maravilhe se a colheita de crimes é o fruto. CBV 444.5

Obras de romance, frívolos e provocantes contos, pouco menos ruinosos são ao leitor. Talvez o autor professe ensinar uma lição de moral, pode entretecer na obra sentimentos religiosos; freqüentemente, porém, isso não serve senão para velar a loucura e a vileza que se acham no fundo. CBV 445.1

O mundo está inundado de livros repletos de erros sedutores. A juventude recebe como verdade aquilo que a Bíblia denuncia como falso, e amam e se apegam a enganos que importam em ruína para sua alma. CBV 445.2

Há obras de ficção que foram escritas com o objetivo de ensinar verdades ou expor algum grande mal. Algumas dessas obras têm feito bem. Têm, por outro lado, operado indizível dano. Encerram declarações e descrições altamente elaboradas, que despertam a imaginação e suscitam uma corrente de pensamentos repleta de perigo, especialmente para os jovens. As cenas descritas são repetidamente vividas em sua imaginação. Tais leituras incapacitam a mente para a utilidade, tornando-a inapta para os exercícios espirituais. Destroem o interesse na Bíblia. As coisas celestiais pouco lugar encontram nos pensamentos. À medida que a mente se demora nas cenas de impureza descritas, desperta-se a paixão, e o fim é o pecado. CBV 445.3

Mesmo a ficção que não contém nenhuma sugestão de impureza, e que visa ensinar excelentes princípios, é nociva. CBV 445.4

Anima o hábito da leitura apressada e superficial, unicamente pela história. Tende assim a destruir a faculdade de pensar com coerência e vigor; incapacita a alma para contemplação dos grandes problemas do dever e do destino. CBV 446.1

Alimentando o amor de mera distração, a leitura de ficção cria um desgosto pelos deveres práticos da vida. Por meio de seu poder estimulante e intoxicador, é freqüente causa de enfermidades mentais e físicas. Muito desgraçado e negligenciado lar, muito inválido por toda a existência, muito interno de asilo de alienados, chegou a esse estado mediante o hábito da leitura de romances. CBV 446.2

Alega-se muitas vezes que, a fim de se desviar a juventude das leituras sensacionais e indignas, deveríamos proporcionar-lhes melhor espécie de leitura de ficção. Isso equivale a tentar a cura de um bêbado dando-lhe, em lugar de uísque ou aguardente, os intoxicantes mais brandos, como vinho, cerveja ou sidra. O uso desses animaria continuamente o desejo dos estimulantes mais fortes. A única segurança para os bêbados, bem como para o homem temperante, é a total abstinência. A mesma regra se aplica ao amante de ficção. Sua única segurança é a total abstinência. CBV 446.3